Degustando a Brown Porter

Cerveja Artesanal Brown Porter - Cerveja Monstro
Cerveja Artesanal Brown Porter – Cerveja Monstro

Essa Brown Porter é mais uma cerveja artesanal do estilo inglês que não decepcionou, nossa cerveja artesanal degustada hoje foi feita no final de Julho (com essa receita) e engarrafada no final de Setembro, levou algumas semanas para carbonatar mas essa espera valeu a pena. Com teor alcoólico de 5,4% e aproximadamente 33 IBU’s apresenta uma agradável cremosidade em um corpo médio escuro com espuma persistente, cremosa e bege. O malte e o torrado estão presentes tanto no aroma quanto no sabor, com o torrado um pouco mais nítido que o malte, felizmente o amargor oriundo do lúpulo, que se restringiu a isso, dá o equilíbrio a cerveja que tem um final seco e pouquíssimos esteres frutados.
A primeira tentativa nesse estilo foi boa e por isso a base da receita será mantida, porém já identifiquei uma alteração a ser feita e ela está relacionada a quantidade de malte torrado, nesse caso o Carafa III. A cor está um pouco além do esperado, demasiadamente escuro na minha opinião, e o malte torrado sobressaiu o malte não tostado por isso pretendo reduzir um pouco a quantidade do Carafa III na próxima versão. Além disso, devo aumentar um pouco mais a quantidade do Caramunich II ou utilizar um outro malte que ofereça um pouco mais de força para o sabor e aroma de malte não tostado e quem sabe ofereça algo secundário como caramelo ou nozes.

Devo confessar que escrever essas degustações é sempre muito legal porque é nesse momento que coloco toda a minha atenção em minhas criações e tento traduzi-las nesse espaço, porém nem sempre é fácil, as vezes acho que eu deveria pedir para algumas pessoas fazerem isso por mim… vou amadurecer essa ideia.

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Dry Stout Monstro

Dry Stout - Homebrew - Monstro Cerveja Artesanal
Dry Stout – Homebrew – Monstro Cerveja Artesanal

Existem muitos estilos de cerveja, são tantas variações que nem sempre é fácil escolher em qual delas será a minha próxima aventura. Me recordo que desde que comecei a fazer cerveja eu já tinha em mente que um dia faria uma Stout, primeiro porque o estilo me agrada e segundo porque dois dos meus amigos e incentivadores moraram na Irlanda e são grandes fãs da cerveja Guinness. Como uma das melhores partes de fazer cerveja é compartilhar com os amigos, decidi que já era hora de fazer minha primeira Stout, mais precisamente uma Dry Stout também conhecida como Irish Stout, o estilo da cerveja Guinness.

Esse estilo de cerveja é encorpado e cremoso, sua cor varia entre o preto e marrom escuro, a espuma é espessa, cremosa, persistente e varia entre bege e marrom. O aroma é de cevada torrada, café e malte torrado e em alguns casos pode haver chocolate ou cacau, mas não há aroma de lúpulo. O sabor é moderadamente tostado com amargor de lúpulo de médio a alto e final seco.

A Stout tem uma história curiosa que começa por volta de 1730 quando as cervejas Porters começaram a ser vendidas em Londres e pouco tempo depois tornaram-se bastante populares em todo o Reino Unido e Irlanda. Ainda nesse mesmo século o termo “Stout Porter” foi amplamente usado para designar uma Porter mais forte (segundo a wikipedia, originalmente o termo Stout significava “orgulhoso” ou “valente” e só no século XIV ganhou a conotação de “forte”).

Ao longo do século XIX o termo “Stout” continuava a ser usado para designar cervejas fortes, não só as Porter mas também Ales, inclusive naquela época era possível encontrar uma “Stout Pale Ale” por exemplo. Curiosamente neste mesmo período a “Stout Porter” passou a ser reconhecida como uma bebida fortalecedora e saudável e por isso era usada por atletas e lactantes, sendo inclusive recomendada por médicos para auxiliar no processo de recuperação. Somente no final do século XX o termo “Stout” passou a ser comumente associado apenas as Porters, passando a ser sinônimo de cervejas escuras.

As Stouts mais tradicionais do inicio do século XVIII e XIX eram bem diferentes das versões modernas que conhecemos, pois a cevada tostada que atribui o sabor característico ao estilo que conhecemos hoje só passou a ser amplamente utilizada a partir da metade do século passado.

Desenvolvi minha receita para uma OG estimada de 1,047
Ingredientes:
62,5% de malte Pale Ale
10,4% de malte Pilsner
8,3% de malte de trigo
8,3% de aveia em flocos
5,2% de malte Carafa I
5,2% de cevada torrada
1 Whirlfloc
Lúpulo East Kent Goldings (34 IBUs)
Levedura Irish Ale (Wyeast Labs #1084)

As rampas de temperatura foram:
30 min a 50C
40 min a 69C
10 min a 76C

A adição de lúpulo é feita a 60 min do final da fervura e a temperatura de fermentação é feita em 19C. Após 3 semanas de fermentação / maturação a cerveja pode ser engarrafada para uma segunda fermentação na garrafa e 3 semanas depois estará pronta para ser degustada. Cheers!

um abraço,
Cerveja Monstro