Cerveja single malt e single hop – German Pilsner

Malte de cevada e lúpulo
Malte de cevada e lúpulo

Cerveja single malt, cerveja single hop, soam diferente, não? talvez até sofisticadas, mas na verdade é exatamente o contrário, essa é uma abordagem relativamente simples de preparar cerveja artesanal, ao invés de ficar pirando em quais maltes usar ou quais lúpulos incluir ao elaborar a receita, você se limita a utilizar apenas um tipo de cevada maltada (single malt) ou um tipo de lúpulo (single hop) em prol da simplicidade e de poder enfatizar as características dos ingredientes escolhidos.

A Cerveja Monstro não produz muitas lagers, honestamente falando essa é a terceira leva, esse tipo de cerveja demanda muito tempo e trabalho, nossa primeira lager foi uma ótima Bohemian Pilsner  e depois uma inesquecível Oktoberfest. Como ainda estamos devendo na área das cervejas de baixa fermentação (lagers) decidimos ampliar nosso repertório e tentar uma German Pilsner utilizando apenas o malte Pilsner e o nobre lúpulo alemão Tettnang, também utilizado em diversos outros estilos de cerveja como Oktoberfest, cervejas de trigo e outras ales.

Elaborar a receita (40 litros) nunca foi tão simples, estipulei a gravidade inicial que gostaria de atingir, German Pilsners variam entre 1.044SG a 1.050SG, por isso defini como target 1.049SG e para isso utilizei 10kg de cevada (malte Pilsner). Como adoramos cervejas bem lúpuladas, nossa meta foi atingir o IBU máximo para esse estilo de cerveja, que é 45 IBUs, utilizando 170 gramas de lúpulo. Depois foi só definir a levedura, a Fermentis SafLager West European Lager #S23 foi escolhida por ser a de mais fácil acesso.

Receita de cerveja artesanal German Pilsner, single malt, single hop :

100% de malte Pilsner
35,6 IBUs de lúpulo Tettnang (90mins)
7,7 IBUs de lúpulo Tettnang (30mins)
1 tablete de whirlfloc (15mins)
1,7IBUs de lúpulo Tettnang (3mins)
3 pacotes de levedura Fermentis SafLager West European Lager #S23

Com tudo pronto chegou a hora de ir pro fogão e testar o novo setup, passamos a utilizar um brewstand, trocamos o fundo falso pelo manifold para filtragem e também inauguramos três queimadores fixos que substituíram nosso bom, velho e pequeno fogão de alta pressão. Enquanto tentávamos nos adaptar ao novo equipamento, começamos a brassagem com a mosturação dos grãos já moídos, a primeira rampa foi feita a 67C e durou 80 mins, depois fizemos o mash-out a 76C por 10 mins antes de partir para a filtragem e clarificação. 

Após a filtragem e clarificação ter sido concluída iniciamos a fervura e logo adicionamos a maior carga de lúpulo (35,6 IBUs) responsável por boa parte do amargor da cerveja, que ferveu junto com o mosto todos os 90 mins. Depois adicionamos as outras cargas de lúpulo, uma a 30mins e a outra a 3mins do final, além do whirlfloc, sempre adicionado 15 mins antes do fogo ser apagado. No final do dia tivemos uma eficiência muito maior do que o planejado e acabamos com uma gravidade inicial de 1.063SG ante os 1.049SG esperados. Resfriamos o mosto, agitamos bem para oxigena-lo e adicionamos a levedura previamente hidratada.

Desse momento em diante foi aguardar a fermentação terminar para carbonatar a cerveja e enfim conhecer os resultados. Voltamos em breve para falar como terminou essa experiência.

Um abraço,
Cerveja Monstro.

6 comentários em “Cerveja single malt e single hop – German Pilsner”

    1. Oi Davi,

      Fermentei a 11C por três semanas e fiz uma parada de três dias a 18C (redução de diacetil) enquanto havia movimentação no airlock, depois reduzi gradativamente até atingir a temperatura mais baixa possível (aprox 1C), esse processo levou pouco mais de duas semanas.

      Abraço

      1. A tempos tenho vontade de fazer uma lager, mas acabo sempre adiando pelo longo tempo que fica fermentando hehehe. Tem alguma razão para baixar a temperatura gradativamente para 1ºC? Teria algum problema se baixasse em questão de 1 dia? Já provou a cerveja?

        1. Davi,

          Te entendo perfeitamente, como geralmente temos espaço limitado, não é legal ocupa-lo com a mesma coisa por muito tempo. Esse é um dos motivos por fazermos poucas lagers.
          Acho que a experiência vale a pena, é um desafio diferente e legal de encarar, tanto que depois dessa German Pilsner agora estou fazendo uma bock.
          A razão para baixar gradativamente a temperatura é não estressar as leveduras, isso é importante caso você ainda planeje usufruir do trabalho delas (refermentar na garrafa ou reutilizar levedura por ex).
          Quanto a cerveja, já provei sim, teve prós e contras. Gostei muito do perfil do lúpulo mas tive problemas de atenuação e isso impactou negativamente a experiência geral. Logo escrevo um post falando com mais detalhes os resultados dessa leva.

          Abraço

  1. Derso,

    convertendo as medidas de lúpulo para gramas, teríamos o que exatamente?

    Gostaria de executar essa receita para regar a festa do 77° aniversário de meu avô, apreciador e incentivador da boa cerveja artesanal.

    Aproveito para registrar que a receita da Witbier da Cerveja Monstro executada para presentar no Natal de 2015 agradou até aos apreciadores mais exigentes. Parabéns!

    Fico no aguardo.

    Abraço!

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