Finalmente é hora de avaliar o resultado da minha primeira cerveja artesanal do tipo lager, uma Bohemian Pilsner inspirada na famosa Pilsner Urquell da República Tcheca, conheça a receita aqui. A produção caseira dessa cerveja terminou cerca de 8 semanas depois da brassagem, quando a carbonatação atingiu o patamar adequado, e para “felicidade geral da nação” o resultado foi muito bom.
Ficou igual a uma Pilsner Urquell? mas é claro que não, presumo que exista um bom caminho para eu chegar até lá. A parte boa da história é que minha estréia com as lagers foi um sucesso, eu tinha uma baita receio dessa primeira tentativa resultar em uma cerveja com algum off flavor “intragável”, ou produzir algo completamente fora do estilo ou ainda pior, depois de tanto trabalho acabar com uma Brahma ou Skol da vida nas mãos, felizmente as coisas deram certo e nada disso aconteceu.
Partimos para a fermentação com uma OG inicial de 1.051 SG, as leveduras trabalharam (apesar de eu não ter visto nenhum sinal no airlock) e seis semanas depois trasfeguei a cerveja, com ajuda do auto-sifão, para um outro recipiente sanitizado antes de engarrafar. Esse tempo incluiu a maturação a baixa temperatura, necessária para ajudar no processo de clarificação da cerveja, item importante nesse estilo de cerveja. A gravidade final foi de 1.013 SG resultando em uma cerveja com 5% de álcool.
O lúpulo tcheco Saaz esta presente, tanto no amargor quanto no sabor e aroma, o amargor é nítido porém sutil, o aroma do lúpulo é delicioso, como nos grandes exemplos do estilo Bohemian Pilsen, não identifiquei nenhum frutado exatamente como pede o estilo. A cerveja é leve e refrescante, dourada com o colarinho agradável, branco e persistente. Porém, sobre esses últimos aspectos é preciso fazer algumas observações que estão relacionadas a quantidade de levedura encontrada dentro das garrafas e um possível processo de filtragem pouco eficiente.
Ter encontrado muito fermento dentro das garrafas me fez pensar que essa seria uma ótima leva para ser carbonatada artificialmente e servida através do postmix, isso evitaria que o fermento se misturasse a cerveja. Sempre que abria uma garrafa meu segundo copo era ligeiramente diferente do primeiro, tanto no sabor quanto na aparência, e isso era consequência direta do fermento dentro das garrafas e de um possível filtragem aquém do esperado.
Eu não sou o tipo de cervejeiro paranoico com a clarificação da cerveja, mas nesse caso acho que há espaço para melhorar, em especial porque isso impactou em outros aspectos como o sabor por exemplo, acho que para a próxima leva irei dedicar maior atenção ao processo de filtragem, um prazo maior para maturação a frio e sem dúvida optarei pela carbonatação forçada.
Outro ponto que tem me chamado atenção é a espuma, tenho notado que alguns meses após ser engarrafada grande parte das minhas cervejas artesanais apresenta diferenças no sabor e na espuma, algumas vezes ao abrir a garrafa a espuma começa a sair. Presumo que isso esteja ligado a carbonatação e minha única hipótese a respeito é que de alguma forma isso deve estar relacionado com o armazenamento das cervejas, já que não controlo a temperatura desse ambiente. Preciso estudar mais afundo o tema para tentar corrigir isso.
Voltando a Bohemian Pilsner, fiquei tão satisfeito com o resultado que irei manter a receita exatamente como ela está, farei alterações apenas no processo, possivelmente as que mencionei acima visando corrigir os problemas apresentados nessa leva.
Um abraço,
Cerveja Monstro.
Vim retribuir a visita e me deu água na boca. Vou dar uma passeada pelos posts, já sei que não vou sair sóbrio 🙂 Volte sempre lá em casa, tem história nova toda semana. Obrigado pelo comentário.
Obrigado por vir conhecer o meu canto, te garanto que não vai te dar ressaca 😉
Vou acompanhar de perto suas próximas histórias.
Abraço
Você já tentou usar gelatina para a clarificação?
Eu já usei em três levas e estou tendo um ótimo resultado, em 1 semana com gelatina ela fica muito transparente!
Eu nunca fiz lagers, mas acho que deva ficar legal também, além de carbonatar forçado, o que evitará a formação de mais levedura no fundo da garrafa com o primming.
Abraços.
Ainda não usei, mas estou considerando fazer isso em minha próxima lager. andei lendo a respeito mas não consegui definir a proporção, quanto você usa por litro?
Só tenho uma witbier para embarrilar, mas não vou usar essa técnica numa wit. Acho que é hora de voltar para as panelas!
Abraço
Eu estou usando meio saquinho para cada 10 litros e deixo uma semana perto de zero grau antes de colocar a gelatina. Tem ficado ótimo!
Abraços
Valeu Rodrigo!
era o essa a proporção que estava considerando, 1 pacotinho para 20litros.
abraço
Qual a quantidade de açúcar por litro que vc usou para o priming ?