Provando nossa cerveja artesanal de trigo com maracujá – fruit beer

Cerveja artesanal feita com maltes de trigo e cevada, lúpulo, levedura belga e adição da polpa de maracujá.
Cerveja artesanal feita com maltes de trigo e cevada, lúpulo, levedura belga e adição da polpa de maracujá.

Depois de alguns dias de ansiedade na expectativa de provar nossa primeira cerveja artesanal feita com frutas, finalmente podemos avaliar o resultado da nossa receita de cerveja de trigo com maracujá, que em linhas gerais é uma cerveja leve, seca e com maracujá bem evidente tanto no aroma quanto no sabor e graduação alcoólica de pouco mais de 5,6%  (não sei o quanto a fruta contribuiu para a produção de álcool).

A aparência da cerveja ficou completamente dentro do esperado, amarelo intenso que lembra o maracujá, turbidez comum das cervejas de trigo não filtradas, colarinho branco, cremoso e persistente. No aroma o maracujá domina, em segundo plano e de forma sutil nota-se o perfil condimentado oriundo do fermento belga. Na boca sente-se a alta carbonatação, o corpo baixo e o sabor dominante de maracujá com um condimentado ao fundo, uma repetição do que se encontra no aroma. O amargor é baixo e não persiste, no retrogosto a cerveja é seca com um leve residual da fruta.
No geral é uma cerveja de cor amarelo intenso, turva, com colarinho branco e cremoso, o maracujá domina tanto no aroma quanto no sabor, há uma nota sutil de condimento, o amargor é baixo a a cerveja é seca e refrescante.

Estamos satisfeitos com o resultado da experiência como um todo, não houve contaminação, o que receávamos antes de começar tudo isso. Mesmo com os tropeços durante o processo aprendemos algumas lições uteis para as próximas levas (utilizar hop-bag é uma delas).
A nossa cerveja caseira com maracujá fez bastante sucesso com os amantes da fruta, mesmo assim achamos que podemos melhorar em diversos aspectos, o maracujá dominou a cerveja e isso poderia ser mais sútil, nossa meta para a próxima leva será buscar o equilíbrio entre a fruta e a cerveja. Falando nisso, esse é outro ponto que pode melhorar, com a fruta em evidencia e a cerveja com alta carbonatação e corpo leve, não parecia “cerveja”. O que quero dizer é que faltou a presença dos maltes, faltou corpo, faltou aquele gosto de cerveja para equilibrar a presença da fruta tanto no sabor como no aroma, notaram que na descrição acima não mencionei malte ou trigo nenhuma vez?

Para a próxima leva esses pontos serão alterados, faremos a mosturação numa rampa de temperatura mais elevada para a cerveja ganhar corpo e reduziremos a quantidade de maracujá para que ele não domine a cerveja. Não pensem que a cerveja é ruim, ela de fato não é, mas não tenho dúvidas de que é possível melhorar, portanto , já temos um ótimo pretexto para repetir essa brassagem.

Um abraço,
Cerveja Monstro

Uma versão diferente da American Wheat Pé Grande

Cerveja artesanal de trigo    do estilo American Wheat
Cerveja artesanal de trigo do estilo American Wheat

Sim, 2014 é o ano das experimentações por aqui. Decidimos utilizar alguns novos ingredientes para fazer uma nova brassagem da nossa cerveja artesanal de trigo do estilo American Wheat. Dessa vez a Pé Grande foi feita com uma combinação de lúpulos dos EUA e Austrália, além da levedura American Ale da BIO4.

A base da receita (grãos) é a mesma usada na última versão, 50% malte Pilsner e 50% malte de trigo para atingirmos uma densidade original de 1.049SG. Para os lúpulos decidimos usar pela primeira vez duas variedades, mantendo o nosso target original de amargor (30 IBUs), o lúpulo australiano Topaz para amargor e o norte americano Willamette para aroma. Por fim, a fermentação ficou sob a responsabilidade da cepa SYO25 – American Ale.

A receita dessa versão para 20litros de cerveja artesanal ficou assim:
(OG: 1.049SG / FG: 1.011SG  –  5,0% ABV)

2,25kg de malte Pilsner
2,25kg de malte de trigo
13g de lúpulo Topaz (60 mins)
1/2 tablet de whirlfloc (15 mins)
6g de lúpulo Willamette (10 mins)
10g de lúpulo Willamette (0 mins)
Levedura BIO4 – SYO25 – American Ale

As rampas de temperatura são:
15 mins a 50C
60 mins a 67C
10 mins a 76C

Utilizamos 12,5 litros de água para a mosturação e 18,5 litros para a lavagem dos grãos. A fervura foi feita por 60 mins sendo que o lúpulo de amargor foi adicionado logo no inicio. Nos últimos 15 minutos de fervura adicionamos o whirlfloc e em seguida as duas adições de lúpulo de aroma conforme a receita.

Como esse é um estilo de cerveja limpo, sem os esteres frutados, e queríamos evidenciar os grãos e os lúpulos, decidimos fermentar a um temperatura mais baixa (17C). O fermentador seguiu nessa temperatura até a densidade atingir o patamar desejado, a densidade final de 1.011SG. Depois disso foi só reduzir gradativamente a temperatura até 0C para clarificar a cerveja e partir para a carbonatação para enfim de degustarmos a nova versão da nossa mais lupulada cerveja caseira de trigo.

Em breve voltamos com o resultado.

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Cerveja artesanal Esqueleto Bock – vídeo

Para os que desejavam ver a nossa primeira cerveja artesanal bock em ação, está ai o resultado ( :
A receita completa está aqui .

O que acharam? Deixe suas opiniões e sugestões no comentários abaixo.

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Vídeo da Pesadelo – Cerveja artesanal de abóbora

O ano está chegando ao fim e não poderíamos deixar de mostrar a cara da nossa Pumpkin Ale Pesadelo por dois ótimos motivos: 1 – Repetimos a receita sem o sofrimento da primeira tentativa e 2 – Desenvolvemos um rótulo pra ela e ficamos absolutamente felizes com o resultado.

Em nossa cerveja artesanal de abóbora, também adicionamos pimenta da Jamaica, noz-moscada e canela, veja a receita completa aqui.

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Vídeo da Arretado! nossa cerveja artesanal com rapadura

Para complementar o post dedicado aos resultados da nossa única cerveja artesanal “trapista”, a Arretado!, aí vai um vídeo que mostra nossa Dubbel com rapadura em ação.

Um abraço,
Cerveja Monstro

Provando a Arretado! nossa Dubbel com rapadura

Cerveja artesanal dubbel feita com rapadura
Cerveja artesanal dubbel feita com rapadura

Nossa primeira cerveja artesanal “trapista” ficou pronta e estamos realmente satisfeitos com a receita. A Arretado! ficou excelente, em especial por ter sido a nossa primeira tentativa no estilo Dubbel elaborando a receita do zero.
Começamos a fermentação com a densidade que estimávamos, 1.066SG, e terminamos um pouco acima do que gostaríamos, 1.016SG, isso resultou em uma cerveja com graduação alcoólica de 6,6%. Durante a fermentação tivemos problemas em manter a temperatura no patamar desejado, na época faziam dias realmente frios, foi difícil manter a temperatura acima dos 20C, na maior parte do tempo a temperatura oscilou entre 17C e 19C e provavelmente por isso o aroma característico do estilo tenha sido menos marcante, mesmo assim a característica frutada está presente, assim como o caramelo e o discreto amargor do lúpulo.

Essa é uma cerveja encorpada, na cor cobre conforme esperávamos e com o colarinho cremoso e persistente. A adição de rapadura foi um ponto interessante, além de elevar o teor alcoólico da cerveja contribuiu com o frutado e deu um gostinho interessante que remete a rapadura no final. Como a cerveja tem um alto teor alcoólico ela proporciona uma agradável sensação enquanto a degustamos, é possível notar a presença do álcool, mas ela nem de longe é agressiva ou remete a algum produto químico como solvente por exemplo.

A carbonatação foi feita na garrafa, utilizamos 6g de açúcar por litro e nesse ponto ocorreram algumas inconsistências, pela primeira vez desde que iniciamos as atividades algumas garrafas “explodiram” (na verdade duas garrafas tiveram as bases trincadas), outras mostraram-se super carbonatadas enquanto a maior parte da leva me pareceu com o nível de carbonatação esperado. Para fazer o priming antes de engarrafar utilizamos um balde com uma torneira na base, fizemos o processo duas vezes para podermos engarrafar toda a cerveja, o meu palpite é que em um dos momentos não diluímos apropriadamente o açúcar e isso pode ter resultado nessa inconsistência em uma parte da leva.

Outra característica dessa leva é que as garrafas tinham uma camada relativamente generosa de levedura no fundo, isso não foi um grande problema, principalmente se a cerveja fosse servida com cuidado, mas esse ponto é simples de melhorar, talvez um tempo maior de maturação a frio resolva essa questão.

Em suma, uma ótima cerveja, certamente repetiremos a receita. Na próxima leva vamos tentar acertar os pontos que podem ser aprimorados, que são: temperatura de fermentação, maior cuidado com o carbonatação e redução da quantidade de levedura nas garrafas.
Uma pena as garrafas já terem desaparecido =/

Um abraço,
Cerveja Monstro

German Pilsner single malt & single hop vídeo

Fizemos um vídeo pra quem ficou curioso por mais detalhes da nossa cerveja artesanal German Pilsner.


E ai? ficou vontade de provar a nossa single malt & single hop?

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Provando a German Pilsner

German Pilsner single malt & single hop
German Pilsner single malt & single hop

Esse é o momento de conhecer o resultado da nossa cerveja artesanal single malt & single hop feita utilizando apenas um tipo de malte de cevada, Pilsner, e uma variedade de lúpulo, o alemão Tettnang. Foi durante a brassagem dessa cerveja que “inauguramos” nosso novo equipamento, batemos cabeça aqui e ali até nos acostumarmos com tudo, e acreditem, isso desempenhou um papel fundamental nos resultados.

Ao final do dia mandamos para o fermentador um pouco menos de mosto do que esperávamos (cerca de 15% menos), com uma densidade de 1.063SG, maior que o esperado (1.049SG). Ambos os casos estão diretamente relacionados a “estréia” do novo setup, porque quando elaboramos a receita consideramos os parâmetros antigos de eficiência e de perda de mosto durante o processo, já que não tínhamos nenhum palpite sobre como elaborar os novos.

Fermentamos a 11C e depois depois maturamos a frio até embarrilarmos, ao todo foram quase dois meses de espera, para nossa surpresa a densidade final da cerveja não saiu de 1.025SG, muito maior que o esperado (1.012SG). A possível causa dessa baixa atenuação foi o resultado de pouca levedura para um mosto de gravidade maior que o previsto (como regra geral recomenda-se um pacote de levedura para cada 10 litros de cerveja lager de até 1.050SG), fomos negligentes com o fermento e colocamos menos levedura que o necessário, mesmo se a densidade inicial tivesse ficado como o planejado, usaríamos menos levedura que a cerveja demanda, esse underpitching foi um erro de planejamento / receita que provavelmente resultou em baixa atenuação.

A cerveja ficou com graduação alcoólica de 5%, nesse caso a alta eficiência da brassagem compensou a baixa atenuação e ficamos dentro da faixa esperada. Porém, a alta densidade final deixou a cerveja “pesada”, com um final doce, características que sem dúvida não deveriam estar presentes nesse estilo de cerveja. Além disso, a cerveja ficou mais escura do que esperávamos e menos translucida do que gostaríamos, geralmente não ficamos muito encanados com translucidez em nossas ales, mas para uma Pilsner esse item também é importante. A parte boa dessa experiência é que o sabor e aroma do lúpulo alemão Tettnang é muito bom, nesse aspecto a cerveja ficou muito legal, amarga como pede o estilo e com um ótimo aroma de lúpulo.

Claro que os barris foram esvaziados rapidinho, a cerveja não estava ruim, mas sem dúvidas esperávamos mais dessa receita. Conforme mencionado no post com a receita, não fazemos muitas lagers por aqui, é difícil e os possíveis erros de percurso ficam mais evidentes na cerveja.  Apesar da cerveja ter ficado aquém do esperado, essa experiência nos rendeu alguns aprendizados. O desafio de executar essa receita sem repetir os mesmos erros nos parece um desafio interessante. Quem sabe não voltamos a produzir lagers em breve e essa receita volta pra lista?

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Halloween, abóbora, cerveja artesanal e Pesadelo

Abóboras utilizadas na receita da cerveja artesanal Pesadelo
Abóboras utilizadas na receita da cerveja artesanal Pesadelo

Para alguns hoje é dia de celebrar o Halloween, para outros dia 31 de Outubro é dia do Saci, mas se você, assim como nós, não está muito preocupado com o motivo apenas com a celebração em si, que tal aproveitar o que parece ser “o dia mundial da abóbora” para comemorar com uma Pumpkin Ale? Por aqui vamos celebrar com a Pesadelo, nossa cerveja artesanal feita com abóbora, pimenta da jamaica, noz-moscada e canela.

Nossa última brassagem foi absolutamente mais tranquila que a primeira, repetimos a receita com uma pequena alteração, dessa vez colocamos a abóbora dentro de um grain bag antes de adiciona-la a panela cheia de malte de cevada. Além disso, entre a primeira brassagem e essa alteramos algumas partes do nosso equipamento, dentre elas o filtro, grande responsável por toda a dor de cabeça na primeira ocasião, o novo filtro se comporta muito melhor que o seu antecessor o que facilita bastante as coisas.

Engarrafamos a cerveja direto do postmix ontem, por isso hoje as garrafas já podem participar da festa. A Pesadelo foi uma das cervejas feitas nas panelas da Cerveja Monstro que mais recebeu elogios, por isso nada mais justo que ser uma das primeiras a ganhar uma cara (rótulo).

Pesadelo Pumpkin Ale, cerveja artesanal de abóbora.
Pesadelo Pumpkin Ale, cerveja artesanal de abóbora.

A pedida de hoje é cerveja artesanal de abóbora! Tente encontrar a sua, tem diversos exemplos espalhados pelo Brasil, nacionais e importadas. E se você não conseguir encontrar sua garrafa, está na hora de considerar a hipótese de fazer a sua própria cerveja!

Ah! e ai? o que acharam do rótulo?

Um abraço,
Cerveja Monstro.

Provando a English Pale Ale (ESB)

English Pale Ale (ESB)
English Pale Ale (ESB)

Esse é o resultado da nossa segunda cerveja artesanal do estilo English Pale Ale (ESB), a única diferença em relação a receita publicada anteriormente é que essa leva foi carbonatada com refermentação na garrafa enquanto a primeira foi embarrilada em postmix. Mesmo utilizando apenas 6g de açúcar por litro de cerveja para a priming achei que a cerveja ficou ligeiramente mais carbonatada que as pale ales inglesas, nada que comprometa a experiência, mas fiquei com a sensação de que na terra da rainha essa cerveja teria um pouco menos de gás.

Os lúpulos fizeram a sua parte e a cerveja tem aproximadamente 43 IBUs, o amargor é agradável e o discreto aroma de lúpulo poderia ser melhor se fosse menos tímido, talvez seja o caso de aumentar a quantidade de lúpulo no final da fervura ou considerar a hipótese de uma nova adição durante a maturação da cerveja para preservar seu aroma.

A fermentação começou com uma densidade inicial de 1.052SG e terminou em 1.019SG (o esperado era 1.014SG) o que resultou numa graduação alcoólica de 4,5% e uma cerveja bem encorpada. Novamente me deparo com uma atenuação aquém do esperado, acho que reduzir a temperatura de brassagem e melhor controla-la pode me ajudar a lidar com isso. A cerveja ficou ligeiramente mais escura (cobre) que a versão anterior, as características do malte estão presentes, discretas no aroma e mais perceptíveis no sabor, mas honestamente falando ainda não consegui atingir a característica maltosa que desejo.

Difícil saber se devo mudar a receita ou apenas a repetir e me certificar de que a cerveja atenue conforme o esperado antes de decidir se vale a pena ou não estudar modificações no processo. No geral essa é uma boa cerveja com alguns pontos a aprimorar e justamente por isso ela é uma forte candidata e voltar para a nossa lista, até lá decido se haverá alterações na receita.

Um abraço,
Cerveja Monstro.