Provando a German Pilsner

German Pilsner single malt & single hop
German Pilsner single malt & single hop

Esse é o momento de conhecer o resultado da nossa cerveja artesanal single malt & single hop feita utilizando apenas um tipo de malte de cevada, Pilsner, e uma variedade de lúpulo, o alemão Tettnang. Foi durante a brassagem dessa cerveja que “inauguramos” nosso novo equipamento, batemos cabeça aqui e ali até nos acostumarmos com tudo, e acreditem, isso desempenhou um papel fundamental nos resultados.

Ao final do dia mandamos para o fermentador um pouco menos de mosto do que esperávamos (cerca de 15% menos), com uma densidade de 1.063SG, maior que o esperado (1.049SG). Ambos os casos estão diretamente relacionados a “estréia” do novo setup, porque quando elaboramos a receita consideramos os parâmetros antigos de eficiência e de perda de mosto durante o processo, já que não tínhamos nenhum palpite sobre como elaborar os novos.

Fermentamos a 11C e depois depois maturamos a frio até embarrilarmos, ao todo foram quase dois meses de espera, para nossa surpresa a densidade final da cerveja não saiu de 1.025SG, muito maior que o esperado (1.012SG). A possível causa dessa baixa atenuação foi o resultado de pouca levedura para um mosto de gravidade maior que o previsto (como regra geral recomenda-se um pacote de levedura para cada 10 litros de cerveja lager de até 1.050SG), fomos negligentes com o fermento e colocamos menos levedura que o necessário, mesmo se a densidade inicial tivesse ficado como o planejado, usaríamos menos levedura que a cerveja demanda, esse underpitching foi um erro de planejamento / receita que provavelmente resultou em baixa atenuação.

A cerveja ficou com graduação alcoólica de 5%, nesse caso a alta eficiência da brassagem compensou a baixa atenuação e ficamos dentro da faixa esperada. Porém, a alta densidade final deixou a cerveja “pesada”, com um final doce, características que sem dúvida não deveriam estar presentes nesse estilo de cerveja. Além disso, a cerveja ficou mais escura do que esperávamos e menos translucida do que gostaríamos, geralmente não ficamos muito encanados com translucidez em nossas ales, mas para uma Pilsner esse item também é importante. A parte boa dessa experiência é que o sabor e aroma do lúpulo alemão Tettnang é muito bom, nesse aspecto a cerveja ficou muito legal, amarga como pede o estilo e com um ótimo aroma de lúpulo.

Claro que os barris foram esvaziados rapidinho, a cerveja não estava ruim, mas sem dúvidas esperávamos mais dessa receita. Conforme mencionado no post com a receita, não fazemos muitas lagers por aqui, é difícil e os possíveis erros de percurso ficam mais evidentes na cerveja.  Apesar da cerveja ter ficado aquém do esperado, essa experiência nos rendeu alguns aprendizados. O desafio de executar essa receita sem repetir os mesmos erros nos parece um desafio interessante. Quem sabe não voltamos a produzir lagers em breve e essa receita volta pra lista?

Um abraço,
Cerveja Monstro.

3 comentários em “Provando a German Pilsner”

  1. Ola amigo!! Apesar de mais escura que o esperado, a cor da sua cerveja ficou sensacional!! Gostaria de tirar algumas duvidas, pois a 15 dias atras fiz uma leva da GERMAN PISLNER tbm, seguindo a receita de uns amigos. Porem é minha primeira lager, e estou completamente perdido quanto a fermentação! kkkkk como nao tenho densímetro (tenho de providenciar urgente) nao sei se a fermentação ja terminou, tem 15 dias que o mosto esta no balde fermentador a 9ºC, eu gostaria de saber um tempo médio para o fim da fermentação nessa temperatura! E se eu devo fazer a parada diacetilica antes de baixar a temperatura para maturar! Agradeço desde ja, abraço!!

    1. Oi Thiago,

      Cara, fazer cerveja sem densímetro deve ser algo bastante problemático, providencie um assim que puder. Sobre sua leva que já esta fermentando, minhas lagers sempre demoraram mais pra fermentar, então como você não consegue mensurar a densidade para saber se a fermentação acabou, eu deixaria pelo menos mais uma semana na temperatura fermentação. Quanto a parada diacetilica, o correto é fazer no final da fermentação, enquanto ainda há alguma atividade da levedura, acho difícil encontrarmos esse momento nas suas condições, mas se quiser fazer mesmo assim, não vejo problema, atrapalhar não vai.
      Deixe algum tempo maturando a frio depois de tudo isso, essas cervejas demandam um tempo legal de maturação.
      Obrigado pela visita e boa cerveja.
      Abraço

  2. Excelente o relato, parabéns!
    Achei o post porque estou querendo montar a receita de uma German Pilsner também, mas estava querendo usar dois lúpulos: O Magnum (ou Polaris ou Nugget, ainda estou em dúvida) e deixar justamente o Tettnanger para o aroma.
    Alguma sugestão ou observação? 🙂

    Obrigado!

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